O Terço
Era
uma vez uma mulher muito humilde e simples que vendia verduras num
bairro de pessoas ricas. As verduras eram colhidas em sua pequena
propriedade, que ficava distante da cidade, a algumas horas de
caminhada.
Todos
os dias ela saía de madrugada. Equilibrava o balaio de folhas na
cabeça. Com o terço na mão, caminhava rezando. A distância se tornava
breve... Os moradores da cidade aguardavam as verduras fresquinhas de
Dona Maria.
Um
dia ela perdeu seu terço na casa de um freguês. Voltou, casa por casa,
procurando-o. Quando chegou a àquela onde havia perdido o terço, o homem
veio com ele na mão, zombando:
- Ah! Ah! Dona Maria! Você perdeu seu Deus...
- Eu? Eu não!
- Aqui, seu Deus! (mostrando o terço).
- Graças a Deus que o Senhor o encontrou! Muito obrigada.
- Por que a senhora não joga fora este colar de bolinhas e carrega uma bíblia?
- Ô, seu doutor, eu não aprendi a ler... É com o terço que eu medito a palavra de Deus...
- Medita a palavra de Deus com uma cordinha cheia de bolinhas?
-
Sim, seu doutor... Olha aqui a cruzinha... Ela me lembra que Jesus
derramou seu sangue e morreu pregado numa cruz para nos salvar. Essa
primeira conta grande me lembra que há um só Deus. Estas três pequenas
me lembram as três pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito
Santo. Esta outra maior, eu rezo a oração que Jesus ensinou a seus
discípulos, o Pai-Nosso, O terço tem cinco mistérios que fazem lembrar
as cinco chagas de Nosso Senhor Jesus pregado na cruz, e em cada
mistério há dez Ave-Marias, que me fazem lembrar os dez mandamentos da
lei de Deus transmitida a Moisés no monte Sinai. Eu rezo quatro terços
por dia, que, somando, formam o rosário de Nossa Senhora. O primeiro
rezo de manhã. Contemplo os mistérios gozosos, lembro-me da humildade de
Maria, seu Sim a Deus por ser a escolhida... Antes do almoço medito os
mistérios da luz lembrando-me das alegrias e dos desafios que a vida
oferece quando fazemos o bem e do trabalho que Jesus realizou durante os
três anos de vida pública... Depois de sesta, eu contemplo os mistérios
dolorosos, penso na dura caminhada de Jesus para o Calvário... Quando
chega à tardinha, eu rezo os mistérios gloriosos, agradecendo por mais
um dia de trabalho e pensando na vitória de Jesus sobre a morte.
Os
olhos de dona Maria brilhavam enquanto explicava sua fé, já os olhos do
ouvinte lacrimejavam pela emoção da escuta e acolhida da fé, e meio
embaraçado o homem pediu:
- Eu não sabia.... Dona Maria, me ensina a rezar assim?!
Passei aqui para conhecer seu blog.
ResponderExcluirSucesso para vc!
Sou da turma Blogueiras unidas e já estou seguindo vc.
Um grande abraço.
Rosa
Adorei a explicação do terço. Qto aprendizado.